Uma desvantagem da Jordânia é o tamanho pequeno, logo, em pouco tempo você consegue ver as principais atrações históricas. Por outro lado, o país e, principalmente a capital Amman, tem uma localização privilegiada, ficando apenas a poucas horas das maiores e mais importantes cidade da região.
Então decidimos eu e meu ex-colega de quarto João pegar 4 dias pra conhecer o Líbano e a Síria. Começamos bem: um amigo duma intercambista estava indo pra Beirut (capital do Líbano) de carro e nos ofereceu uma carona. O problema do Líbano é chegar até lá: a Jordânia não faz fronteira com o Líbano, daí é preciso gastar dinheiro com visto pra Síria só pra cruzar o país. Gastamos 1h só na fronteira da Jordânia e ainda tem que pagar taxa pra sair do país. Pra entrar na Síria foram mais umas 2h na fronteira, primeiro o funcionario falou que era necessário visto previo, mas agente tinha pesquisado sobre isso e dava pra pegar lá mesmo. Então o cara ligou pra Damascus pedindo autorização pra dar visto, só que eram exatamente 7 horas da tarde e Ramadan, e nesse horário eles param tudo pra jantar, então esperamos até as 8 pro cara ligar pra Damascus e nos dar o visto. Depois dessa novela conseguimos finalmente entrar na Síria rumo ao Líbano, maaaaas faltava so mais um contra tempo: um pneu resolve furar no meio da noite, daí lá se vão mais uns 30 minutos pra trocar o dito cujo.
Pra sair da Siria tivemos que pagar também e o pior é que os guardinhas ainda por cima cobram uma propina. Nesse ponto a imagem que eu tinha da Síria era das piores.
Na fronteira do Líbano foi tudo mais tranquilo, sem filas, sem encomodação, não precisamos pagar nem visto por que iamos ficar menos de 48h. Chegamos em Beirut pelas 2 da manha e levamos pelo menos 1h pra encontrar o hotel, por que no mapa do livro
(a biblia do viajante) o hotel estava no lugar errado. Em fim, depois da via crusis finalmente chegamos no hotel e apagamos.
Agora um pouco sobre o país:
O Líbano foi a casa dos Fenicios até 2500 anos atrás e ficou sob o domínio dos franceses após o final da primeira guerra até 1946. Essa ocupação deixou fortes influências, como a arquiterura e a língua (francês é a segunda língua no país). É o país que mais tem católicos no oriente médio (cerca de 40%).
No primeiro dia fomos visitar a famosa gruta Jeita que esta concorrendo como uma das 7 maravilhas naturais do mundo. A gruta que tem 9km de extensão é dividia em em 2 níveis, no primeiro tem uma passarela que permite os turistas caminharem por toda a extensão sem danificar a gruta e o nível mais baixo só é acessivel por barco, pois a galeria é inundada por um rio de água estupidamente gelada. Infelizmente amiguinhos, não era permitido tirar fotos, então catei umas fotos na internet pra vocês babarem :)
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Nivel mais baixo |
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Nivel mais alto |
Voltando a Beirut, passamos o dia dando umas voltas pelo centro da cidade. Beirut é considerada a "Paris do Oriente Médio", e não é a toa. A impressão que eu tive é de estar na França, tudo lá tem um toque europeu: a arquitetura, a limpeza das ruas, os pubs e taméem o estilo de vida é bem ocidental. Não vi nenhuma mulher usando o Hijab, pelo contrário, parecia que eu tava no Brasil.
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Mesquita Al-Omari |
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Ruinas romanas no meio no centro na cidade |
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resquicios de guerra civil |
Como não tinhamos muito tempo de sobra, na manha seguinte arrumamos as coisas e partimos em direção a Baalbek que fica no caminho pra Síria. A cidade de Baalbek fica no Vale do Beeka, uma região com forte presença do grupo xiita Hezbollah. A cidade é bem pequena, mas razoavelmente organizada e limpa (se comparada com as cidades da Jordania), não pude deixar de notar as varias bandeiras do Hezbollhah espalhadas pela cidade hehehe... tinha até um cara vendendo umas camisetas do grupo, mas acabei ficando na vontade mesmo, não queria arrumar problemas. Bueno, mas o que interessa mesmo nessa cidade são as mais bem preservadas ruinas romanas, aqui foram construidos 2 templos dedicados aos deuses Júpiter e a Baco, deus do vinho e dos excessos yeahh! Esses templos possuem as maiores colunas jamais contruidas pelos romados, cada uma pesa 60 toneladas e tem 20 metros de altura.
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Templo de Baco |
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O que sobrou do tempo de Júpiter |
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Os pilares restantes do templo de Júpiter |
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Entrada do tempo de Baco |
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Na cidade de Baalbek |
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Como era |
Depois de visitar os templos pegamos uma van rumo a fronteira com a Séria, e é aí que eu levei o maior cagaço dessa viajem. Se tem algo que você NUNCA deve fazer no oriente médio é tirar fotos ou fazer videos de predios do governo ou do exercito. Teve um intercambista que fez isso na Jordânia e passou a noite na prisão. Bom, estava eu na van com a minha camera praticamente sem bateria, então resolvi fazer um video mostrando as ruas só pra terminar logo a bateria, só que pra minha "sorte" bem na hora que estou filmando aparece um prédio do exercito. Na hora parei de filmar, mas a cagada já tava feita, um milico com uma AK-47 na mão e uma cara de poucos amigos manda parar a van e vem na minha direção falando algo em árabe. E eu mais que cagado tentando explicar que não tinha visto o prédio e tal, mas como ele não sabia inglês resolvi mostrar a camera e deletar a filmagem, então milico fez um sinal de "não faca mais isso turista de merda" e mandou a van continuar.
Depois dessa "cilada" chegamos na fronteira com a Síria, já esperava enfrentar mais burocracia pra pegar um novo visto, mas tudo foi tudo muito tranquilo, pegamos o visto e entramos em uma outra van já em territorio sirio rumo a cidade de Homs.
Por enquanto é isso, a parte da Síria vou fazer no post seguinte :) Té!